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quarta-feira, 16 de março de 2011

MEMÓRIAS SUSPENSAS - MARIA CELESTE 2001 CONCURSO ESCRITORES E ESCRITORAS DE OURO COM A OBRA MEMÓRIAS SUSPENSAS, LITTERIS EDITORA (RJ).

Outro dia eu tive um sonho acordada
E no sonho muitos anos haviam passado.
No tempo eu buscava rever um lugar,
A casa onde nasci,
Mas a casa já não existia.
Fui então à parte mais alta que havia
A procurar um outro lugar,
Uma outra casa à beira da serra
E também não existia.
Procurei o rio
Constatei que não existe mais.
Então fui à velha estrada
E me senti perdida,
Porque as curvas do velho caminho
Tinham se tornado retas e novas
E pareciam sem fim,
E não dar em lugar algum.
(...)
Mas de repente
Eu encontrei a velha e gigantesca árvore
O “meu pé de laranja-lima”
Sobre a rocha desgastada.
Parecia tão menor agora
Espremida entre duas estradas asfaltadas
Mais escura e mais triste.
Mas ela estava lá – ainda estava lá
A árvore onde por mil vezes – não sei,
Caminhei por sobre seus enormes galhos
Ou deitei-me sob eles em sua imensa sombra
quer dia, quer noite, madrugada...
adentro ...tarde
Ela estava lá – ainda!
E a sua realidade, a sua presença
Me dava a felicidade de um sonho
Por mais que distante
(...)

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