O rochedo tem dureza
o corisco tem clarão
é do mar a profundeza
a escureza é do carvão
Toda vez que te procuro
e você me diz que não
a tristeza põe a mesa
na palma da minha mão
Onde nasce uma paixão
passa um rio de ilusão
passa de brincadeira
deixa de brincadeira
entra na brincadeira
a vida não vai passar em vão
Natureza tem beleza
o azedo é do limão
é do rio a correnteza
a leveza é do balão
Toda vez que te perjuro
E você me dá razão
passa um rio de incerteza
dentro do meu coração
Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que surge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
E correm no espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
Que brilha na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir meu amor e sonhar
Olivia Byington
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Olivia Maria Lustosa Byington (
Rio de Janeiro, RJ,
24 de dezembro de
1958) é uma
cantora brasileira.
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Olivia Byington iniciou a sua carreira como vocalista no final da década de setenta na banda de rock
Antena Coletiva, ao lado de
Jacques Morelembaum. Foi, de imediato, considerada pelo crítico
Sérgio Cabral como a melhor cantora da sua geração. O primeiro disco em nome próprio – “
Corra o risco” foi gravado em 1978 com “
A Barca do sol”. No ano seguinte Olívia chegou ao primeiro lugar das paradas de sucesso com o tema “
Lady Jane”. O terceiro disco, gravado em Cuba a convite de
Sílvio Rodriguez, veio ampliar-lhe os horizontes internacionais que aterram em
Lisboa em 1994, depois de muitos discos muitos shows, muita música… Nessa altura, apresenta-se em concertos memoráveis no
Teatro Maria Matos onde um público, na altura pouco conhecedor da sua obra, se rende à sua impressionante extensão vocal e ao seu canto que de tão popular se torna impressionantemente sofisticado, que de tão erudito chega com facilidade ao coração do povo. Foi tão grande a surpresa do público e da crítica que, no ano seguinte, já Olívia se apresentava no Grande Auditório do
Centro Cultural de Belém, tendo ainda vindo a
Portugal para actuar na
Expo 98, em
Évora,
Monsaraz,
Sines,
Aveiro, e, mais recentemente, à
Aula Magna de
Lisboa e
Coliseu do Porto ao lado do grande
Egberto Gismonti. Aliás, a cantora sempre se soube rodear de grandes artistas e é assim que cantou ao lado de grandes nomes como
Tom Jobim,
Chico Buarque,
Edu Lobo,
Djavan,
Wagner Tiso,
Radamés Gantali ou
João Carlos Assis Brasil. Ao longo de sua carreira, lançou os discos “
Anjo vadio” (1980), “
Identidad” (1981), “
Para viver um grande amor” (1983), “
Música” (1984), “
Encontro” (1984) (Troféu
Chiquinha Gonzaga), “
Melodia sentimental” (1986), “Olivia Byington e
João Carlos Assis Brasil” (1990) e “
A Dama do Encantado” (1997), este último em homenagem a
Aracy de Almeida. Em 2003, lançou
Canção do Amor Demais, em que regravou o antológico disco gravado em 1958 por
Elizeth Cardoso com canções de
Tom Jobim e
Vinicius de Moraes. Em 2005, um encontro com o poeta português
Tiago Torres da Silva no
Rio de Janeiro, fê-la regressar à composição de que sentia grandes saudades. Familiarizada com o violão desde os oito anos, foi com facilidade que Olívia pegou nas palavras de “
Areias do Leblon” e trouxe para a canção a sensualidade, a poesia, a musicalidade das praias da orla carioca. A essa canção seguiram-se outras, muitas com palavras do escritor português, mas também com a de outros poetas como
Geraldo Carneiro,
Cacaso e
Marcelo Pires. Estas canções tão autorais, acabaram por gerar o disco mais confessional da sua carreira, um disco onde Olívia se assume não só como a grande cantora que crítica e público seguem com atenção no
Brasil, mas como uma compositora de mão cheia, capaz de criar canções harmonicamente ricas, com melodias extraordinariamente originais. Por ser tão íntimo, Olívia quis rodear-se de amigos. Assim, convidou
Leandro Braga para fazer uma parte dos arranjos musicais, mas também o português
Pedro Jóia que a acompanhou nos temas “
Clarão” e “
Balada do avesso”, e muitos outros grandes músicos como
Marco Pereira,
João Lyra,
João Zero e
Zé Canuto. Quis também partilhar o canto e, por isso, dividiu o microfone com
Seu Jorge no tema “
Na ponta dos pés” e com a grande
Maria Bethânia no tema “
Mãe Quelé”, tema esse que homenageia
Clementina de Jesus, cantora negra já falecida. “Olivia Byington” – o disco – tem as mesmas características de “Olivia Byington” – a cantora. A extraordinária sofisticação de ambos – disco e cantora – torna esta música originalmente popular e deliciosamente erudita.
[editar] Ligações externas
Atual esposa do diretor Daniel Filho.
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