A luz da manhã
Revela, anuncia
Ò terra, a esperança não é vã
Renasce a cada dia
E o sonho é lugar
Da criação
Vem, longe, um vento agreste
Trazendo outra vontade sem regresso
Sob o céu cinzento, a terra seca
Come é seco o sangue que a manchou
Dos corpos que tombaram, resta o esquecimento
Naqueles cuja razão os ceifou
Em quem lhes deu a vida, a mágoa imensa
O gesto mudo, que já nada alcança,
É o vazio agora, a única presença, e para sempre
O calor do abraço, uma lembrança
Eu posso dizer não
A "matar ou morrer"
A minha direcção é ser
Tenho a minha vontade
Exerço a liberdade
Bastaria começar
E cada um seria mais um
A defender a vida
Revela, anuncia
Ò terra, a esperança não é vã
Renasce a cada dia
E o sonho é lugar
Da criação
Vem, longe, um vento agreste
Trazendo outra vontade sem regresso
Sob o céu cinzento, a terra seca
Come é seco o sangue que a manchou
Dos corpos que tombaram, resta o esquecimento
Naqueles cuja razão os ceifou
Em quem lhes deu a vida, a mágoa imensa
O gesto mudo, que já nada alcança,
É o vazio agora, a única presença, e para sempre
O calor do abraço, uma lembrança
Eu posso dizer não
A "matar ou morrer"
A minha direcção é ser
Tenho a minha vontade
Exerço a liberdade
Bastaria começar
E cada um seria mais um
A defender a vida
Cântico
Teresa Salgueiro
Oculta contemplo
A graça da tua figura
Secreta, calada
Vou compondo um chamamento
Vem comigo ver a noite de luar
O firmamento
O brilho das estrelas, de todos os astros
Em movimento
Quisera eu
Imitar a sua dança, o seu encanto
Desnudar a minha esperança
Vê
No jardim o orvalho fresco já beijou
Todas as flores
Os frutos
Derramam um perfume encantador
Vibrantes cores
À já manhã
Vem por entre o arvoredo
Escutar o canto das aves
O doce segredo
Distante miragem
Do teu olhar um leve aceno
Quando não te tenho junto a mim
Todo o meu corpo é um deserto
Vem
Quero ouvir o som da tua voz
Suave torrente
Vê a Levante
O oásis que desponta
Vamos provar o néctar das romãs
Beber das fontes
E oxalá
Possam vir as minhas mãos a ser o bálsamo
P'ra sarar as tuas feridas
A graça da tua figura
Secreta, calada
Vou compondo um chamamento
Vem comigo ver a noite de luar
O firmamento
O brilho das estrelas, de todos os astros
Em movimento
Quisera eu
Imitar a sua dança, o seu encanto
Desnudar a minha esperança
Vê
No jardim o orvalho fresco já beijou
Todas as flores
Os frutos
Derramam um perfume encantador
Vibrantes cores
À já manhã
Vem por entre o arvoredo
Escutar o canto das aves
O doce segredo
Distante miragem
Do teu olhar um leve aceno
Quando não te tenho junto a mim
Todo o meu corpo é um deserto
Vem
Quero ouvir o som da tua voz
Suave torrente
Vê a Levante
O oásis que desponta
Vamos provar o néctar das romãs
Beber das fontes
E oxalá
Possam vir as minhas mãos a ser o bálsamo
P'ra sarar as tuas feridas
Ausência
Teresa Salgueiro
Voltei de novo ao cais
Lembrei a despedida
O teu olhar tão triste
A minha voz contida
Não sei dizer adeus
Estou presa à tua imagem
Rogo a Deus e aos céus
(Que) seja breve a viagem
Encontro a tua ausência
Em todos os lugares
E colho a tua essência
Nas coisas mais vulgares
Será que és constante
Às juras que fizeste
Ou por um só instante
De todo me esqueceste?
Já sequei o meu pranto
Calei o meu lamento
Mas vou contando as horas
À espera de encontrar-te
Diz-me que não demoras
Diz-me que não é tarde
Lembrei a despedida
O teu olhar tão triste
A minha voz contida
Não sei dizer adeus
Estou presa à tua imagem
Rogo a Deus e aos céus
(Que) seja breve a viagem
Encontro a tua ausência
Em todos os lugares
E colho a tua essência
Nas coisas mais vulgares
Será que és constante
Às juras que fizeste
Ou por um só instante
De todo me esqueceste?
Já sequei o meu pranto
Calei o meu lamento
Mas vou contando as horas
À espera de encontrar-te
Diz-me que não demoras
Diz-me que não é tarde
A Fortaleza
Teresa Salgueiro
Vou encontrar a coragem
Vou atravessar
Vou enfrentar a voragem da cidade
Um céu de nuvens negras, fechadas
Parece negar
Que das maiores tormentas
A luz vai chegar
A fortaleza e a virtude
Que forjei para mim
Não são de ferro ou de fogo
Eu não combato assim
A minha espada, o meu escudo
A minha oração
A minha crença nos versos de uma canção
Vou atravessar
Vou enfrentar a voragem da cidade
Um céu de nuvens negras, fechadas
Parece negar
Que das maiores tormentas
A luz vai chegar
A fortaleza e a virtude
Que forjei para mim
Não são de ferro ou de fogo
Eu não combato assim
A minha espada, o meu escudo
A minha oração
A minha crença nos versos de uma canção
A Estrada
Teresa Salgueiro
Deixei
P’ra trás
A Terra Mãe
Se calhar, não vou voltar
Ainda não te encontrei
Sou
A minha casa
Os passos que dei
Já vai rompendo a alvorada
E eu não pertenço a ninguém
Sigo esta estrada
Onde comecei
A mesma estrada
Que vislumbrei
O horizonte é tão largo
É um nunca acabar
Tudo muda à minha volta
Pareço estar sempre no mesmo lugar
E será que amanhã
Ainda vou recordar
As promessas que fiz
Junto ao mar?
Será que vou saber
Quando parar?
Cair nos teus braços
E enfim descansar
P’ra trás
A Terra Mãe
Se calhar, não vou voltar
Ainda não te encontrei
Sou
A minha casa
Os passos que dei
Já vai rompendo a alvorada
E eu não pertenço a ninguém
Sigo esta estrada
Onde comecei
A mesma estrada
Que vislumbrei
O horizonte é tão largo
É um nunca acabar
Tudo muda à minha volta
Pareço estar sempre no mesmo lugar
E será que amanhã
Ainda vou recordar
As promessas que fiz
Junto ao mar?
Será que vou saber
Quando parar?
Cair nos teus braços
E enfim descansar
Ando Entre Portas
Teresa Salgueiro
Solidão,
Branca loucura
Amarga ilusão
Que me tortura
Eu caminho às cegas sem saber
A qual das portas vou bater
Há-de haver uma saída
Um sinal de luz na minha vida
Vou abrindo as portas
Quero ver
O horizonte que estão a esconder
Ainda hesitei
Quase dormente,
Há um mundo imenso à minha frente
Vou ter que saber por onde ir
Vou ter que escolher
Vou ter que partir
Não vou voltar atrás não vou
Sequer olhar p'ra trás
Não vou
Vou com a certeza
Já não há regresso aqui
Desato a tristesa
Soltei as amarras
Leve como num sonho eu vou
Sem regresso
Sem amarras
Branca loucura
Amarga ilusão
Que me tortura
Eu caminho às cegas sem saber
A qual das portas vou bater
Há-de haver uma saída
Um sinal de luz na minha vida
Vou abrindo as portas
Quero ver
O horizonte que estão a esconder
Ainda hesitei
Quase dormente,
Há um mundo imenso à minha frente
Vou ter que saber por onde ir
Vou ter que escolher
Vou ter que partir
Não vou voltar atrás não vou
Sequer olhar p'ra trás
Não vou
Vou com a certeza
Já não há regresso aqui
Desato a tristesa
Soltei as amarras
Leve como num sonho eu vou
Sem regresso
Sem amarras
A Máscara
Teresa Salgueiro
Sempre
As mesmas palavras
Tornadas máscaras
P’ra convencer‐te
São ideias vagas
Sobre a verdade
E tu podes perder-te
Desperta
Pois na realidade
Existe a verdade
A palavra mais certa
Mantém sobre o mundo
Um olhar
Profundo
Um olhar sempre alerta
Avança
Atento ao compasso
Ocupa o teu espaço
Um lugar nesta dança
E com paciência
Imprime a urgência
Promove a mudança
Todos somos igualmente sós
Pouco a pouco vais saber quem és
Reparte
O teu pensamento
Escolhe o momento e vai por toda a parte
Mas reflecte bem
Pois pensar também
Deve ser uma arte
As mesmas palavras
Existe a verdade, a palavra mais certa
Vai por toda a parte
As mesmas palavras
Tornadas máscaras
P’ra convencer‐te
São ideias vagas
Sobre a verdade
E tu podes perder-te
Desperta
Pois na realidade
Existe a verdade
A palavra mais certa
Mantém sobre o mundo
Um olhar
Profundo
Um olhar sempre alerta
Avança
Atento ao compasso
Ocupa o teu espaço
Um lugar nesta dança
E com paciência
Imprime a urgência
Promove a mudança
Todos somos igualmente sós
Pouco a pouco vais saber quem és
Reparte
O teu pensamento
Escolhe o momento e vai por toda a parte
Mas reflecte bem
Pois pensar também
Deve ser uma arte
As mesmas palavras
Existe a verdade, a palavra mais certa
Vai por toda a parte
A Fogueira
Teresa Salgueiro
Dia de Festa
Haja alegria
É este o tempo de celebrar
Juntos iremos em romaria
Agradecer à Virgem Santa
No seu altar
De novo a terra foi generosa
Retribuiu farta colheita
A quem a cuidou
E a partilha justa foi feita
A harmonia recompensa quem trabalhou
E já na eira
Moços e moças
Fazem roda entrelaçados para bailar
Lembrando o sol
Ou uma fogueira
Noite dentro vão cantando
Até madrugar
Rostos alegres risos e palmas
A desgarrada vai começar
O vinho novo desperta as almas
A ironia vai lançando
Farpas no ar mas,
Ninguém se zanga
Tudo é folia
Assim se curam
Os pecados por revelar
E se renasce para um novo dia
Um novo ciclo recomeça
Vamos dançar
La la la la
La la la la la la la
É a dança da fogueira
Haja alegria
É este o tempo de celebrar
Juntos iremos em romaria
Agradecer à Virgem Santa
No seu altar
De novo a terra foi generosa
Retribuiu farta colheita
A quem a cuidou
E a partilha justa foi feita
A harmonia recompensa quem trabalhou
E já na eira
Moços e moças
Fazem roda entrelaçados para bailar
Lembrando o sol
Ou uma fogueira
Noite dentro vão cantando
Até madrugar
Rostos alegres risos e palmas
A desgarrada vai começar
O vinho novo desperta as almas
A ironia vai lançando
Farpas no ar mas,
Ninguém se zanga
Tudo é folia
Assim se curam
Os pecados por revelar
E se renasce para um novo dia
Um novo ciclo recomeça
Vamos dançar
La la la la
La la la la la la la
É a dança da fogueira
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