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sábado, 22 de março de 2014

LEMBRANÇAS DE NATAL EM FAMÍLIA: DÉCADA DE 80

 

 

 

 

Poli (músico)

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Ângelo Apolônio, de nome artístico Poli, muitas vezes grafado com Y, Poly (São Paulo, 8 de agosto de 1920 — São Paulo, 10 de abril de 1985) foi um multiinstrumentista (violão, cavaquinho, bandolim, banjo, contrabaixo, viola, guitarra havaiana) & Compositor brasileiro, tendo desde os 10 anos demonstrado habilidade com os instrumentos de cordas.

Índice

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[editar] Carreira

Começou sua carreira artística na década de 1930, em São Paulo, quando passou a acompanhar cantores populares de então: Januário de Oliveira, Paraguaçu e Arnaldo Pescuma. Em 1937, foi chamado para trabalhar no conjunto Regional da Rádio Difusora paulista, como violonista e solista de cavaquinho e bandolim. Na mesma época, integrou o conjunto vocal Grupo X, que concorria com o Bando da Lua. Compôs sua primeira música em 1939, uma valsa intitulada "Você", com letra de José Roberto Penteado, que nunca foi gravada. Foi esse parceiro que sugeriu o nome artístico Poli, abreviatura de Apolônio.
Em 1940, foi convidado pelo também multiinstrumentista Garoto para trabalhar em seu regional no Rio de Janeiro. Com o Regional de Garoto, atuou no Cassino Copacabana, na Rádio Clube do Brasil, na Rádio Mayrink Veiga e ainda gravou alguns discos. Em 1944, gravou seu primeiro disco solo, tocando guitarra havaiana interpretando os fox-troptes "Deep in the heart of Texas", de Don Swander e June Herchey e "Jingle, jangle, jungle", de J. L. Lilley e F. Loesser. No mesmo ano interrompeu suas atividades musicais para servir à F.E.B. na Itália, só retornando após o fim do conflito.
No ano seguinte gravou, com um conjunto liderado por ele e intitulado Poli e Seus Havaianos o fox-trote "Lime house blues", de Philip Braham e o fox-blue "Isle of dream", de sua autoria. Nessa época, passou uma temporada em Porto Alegre, trabalhando na Rádio Farroupilha, chegando a integrar o Conjunto Farroupilha a convite de Tasso Bangel. Com eles fez excursão pela Europa, Japão e EUA. Retornando ao Brasil, trabalhou em várias boates paulistas, tais como a Clipper e a Roof da Gazeta. Em 1948, gravou ao violão os choros "Sonho divino", parceria com Lupe Ferreira e "Colibri", de sua autoria.
Em 1951, criou o grupo Poli e seu ritmo com o qual gravou tocando guitarra havaiana na Todamérica o beguine "Begin the beguine", de Cole Porter e o fox-trot "Cavaleiros do céu", de Stan Jones. No ano seguinte, gravou com o mesmo grupo o choro "Meteoro", de sua autoria e o bolero "Saudade", de Jaime Redondo. Nesse ano, gravou mais dois discos com ourtro grupo intitulado Poly ( com Y ) e seus Modernistas. No primeiro disco, estavam o baião "Turista" e o chorinho "Dois de junho", de sua autoria. No segundo disco, tocou guitarra havaianano beguine "Jezebel", de Shanklin e no fox-trot "At sundown", de Donaldson. Ainda nesse ano, passou a atuar na gravadora Todamérica acompanhando com seu conjunto gravações de diferentes a começar pela dupla Cascatinha e Inhana na canção "Ave Maraia do sertão" e na toada "Fiz pra você". Fez também acompanhamentos para o Trio de Ébano, Cauby Peixoto; Orlando Dias; Trio Orixá e outros.
Teve gravados em 1953 o samba-canção "Guarujá", com Juracy Rago, pela cantora Inhana; o baião "Terra de Anchieta", com Ado Benatti pela dupla Cascatinha e Inhana e a toada-baião "Aula de amor", com José Caravaggi por Cauby Peixoto. Em 1954, gravou na Todamérica o choro "Apanhei-te cavaquinho", de Ernesto Nazareth e o baião "Coringa", de sua autoria. No ano seguinte, transferiu-se para a gravadora Columbia e gravou com seu conjunto o fox "Dançando com lágrimas nos olhos", de Burke e Dubin, o bolero "Tarde fria", de sua autoria, o fado-fox "Benfica", parceria com Juvenal Fernandes e o samba "Fel", de Betinho e Heitor Carrilho. Em 1956, fez com Henrique Lobo a música "Tarde fria" gravada por Cauby Peixoto no LP "Canção do rouxinol". Em 1957, gravou com seu conjunto o choro "Velha guarda", de José Ramos, o fox-trot "É ou não romântico", de Hart e Rodgers, o mambo "Fiesta", de Samuels e Whitcup e o beguine "Veneno", de sua autoria. No ano seguinte, gravou com seu conjunto as canções "Moonlight fiesta" e "Moonlight in Rio", de sua autoria. Em 1959, lançou pela Columbia o LP "Penumbra - Poli e Seu Conjunto". Nesse ano, tornou-se o primeiro a introduzir a guitarra na música sertaneja na regravação da "Moda da mula preta" pela dupla Torres e Florêncio, com arranjos seus, que também tocou a guitarra havaiana. Também nesse ano, tocou viola caipira no LP "Exaltação à viola", lançado pelo maestro Elcio Alvarez na Chantecler.
Em 1960, gravou pela Chantecler o cateretê "Zíngara", de Joubert de Carvalho; a canção "Noite cheia de estrelas" e a valsa "Lágrimas", de Cândido das Neves; a canção "Serenata", de Vicente Celestino e o "Samba caipira", de Palmeira e Piraci. Nesse ano, gravou pelo selo Sertanejo a cana-verde "Vai de roda", de Palmeira e Teddy Vieira; a guarânia "Condenado", de Palmeira e Alberto Calçada; a cação "Lamento de boiadeiro", de Palmeira e Mário Zan e "Folias de Santos Reis", de Teddy Vieira e Palmeira. Nessa época, seu conjunto tinha como integrantes Henrique Simonetti, na celesta, Carlinhos Maffazzoli no
acordeom e Luisinho Schiavo no órgão elétrico.
Em 1961, ainda na Chantecler gravou a valsa "Ave Maria", de Erotides de Campos e o samba "Despedida de Mangueira", de Benedito Lacerda e Aldo Cabral. Nesse ano, gravou no selo Sertanejo a toada "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira. Também no mesmo ano, ingressou na Continental e em seu primeiro trabalho na nova gravadora acompanhou com seu conjunto as gravações dos rocks "Rock do saci", de Baby Santiago e Tony Chaves e "Broto legal", dois grandes sucesso do ídolo jovem Demétrius. Acompanhou ainda gravações de Valter Levita, Luiz Roberto e Leila Silva.
Em 1962, gravou com seu conjunto o samba "Castiguei", de Venâncio e Jorge Costa, o bolero "Fica comigo esta noite", de Adelino Moreira e Nelson Gonçalves, a polca "Festa na roça", de Mário Zan e Palmeira e a "Quadrilha do tamanduá", de sua autoria. No ano seguinte, gravou algumas músicas de filmes e seriados famosos na época como "Sukiyaki", "Bonanza" e "Dominique". Em 1964, voltou a tocar viola caipira no LP "Quermesse junina" da Continental.
À época, influenciava, como instrumentista e professor de música, entre outros, Sérgio Dias do Grupo "Os Mutantes". Em 1970, gravou o LP "Sertão em festa", com solos de guitarra havaiana nas músicas "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira e "Vai chorando, coração", de Amarilda e Brás Baccarin, além de tocar viola caipira em diversas composições. Gravou, no mesmo ano, outro elepê homenageando os grandes instrumentistas de cordas do Brasil, Canhoto, Jacob do Bandolim e outros. Jacob, conhecido por seu senso hyper crítico, fez elogios ao instrumentista na época do lançamento desse disco.

[editar] Estilo e técnicas

Como faz parte da era pré-Hendrix e pré-Beatles, é importante notar algumas peculiaridades em sua pegada, como, não necessariamente um distanciamento do rock'n'roll, mas uma ausência de elementos que o rock trouxe posteriormente para a guitarra que se tornaram o paradigma atual da guitarra elétrica.
Sua sonoridade clean, ou seja, sem os efeitos de distorção, - popularizados a partir do final da década de 60 até os dias de hoje - o assemelha timbristicamente com guitarristas do jazz, como Wes Montgomerry, mas sem a sofisticação harmônica dos guitarristas deste estilo.
Isto se dá devido ao fato de Poly usar guitarras semi-acústicas, geralmente usando o captador do braço sozinho ou misturado com o da ponte.
Mas seu maior diferencial era o uso inusitado para a época da técnica de slide denominada lap steel. Sendo inviável o uso do captador do braço para tocar notas superagudas na guitarra que ultrapassam o limite da espelho da guitarra (C#5, D5 ou E5, sendo, respectivamente os trastes 21, 22 e 24), ele usava o captador da ponte nas guitarras havaianas para fazer um efeito parecido com o relinchar de cavalos, esfregando o slide perto do fim das cordas, na região onde o espelho da guitarra.
Tal uso da lap steel, foi mundialmente popularizado por David Gilmour do Pink Floyd muitos anos mais tarde, mas aparentemente sem influência direta do Poly.
Além do lap steel (guitarra deitada no colo com slide na mão esquerda), podemos palm mute, double stops. A fábrica de instrumentos musicais Giannini fez sua guitarra signature, ou seja, instrumento tributo, em sua homenagem, denominada Giannini Apollo, sendo um modelo muito famoso e atualmente de grande valia para os colecionadores de instrumentos vintage.

[editar] Discografia

  • Deep in the heart of Texas/Jingle, jangle, jungle (1944) Continental 78
  • Limehouse blues/Isle of dream (1945) Continental 78
  • Sonho divino/Colibri (1948) Continental 78
  • Begin the beguine/Cavaleiros do céu (1951) Toidamérica 78
  • Meteoro/Saudade (1952) Todamérica 78
  • Turista/Dois de junho (1952) Todamérica 78
  • Jezebel/At sundown (1952) Todamérica 78
  • Anniversary song/Vaidoso (1952) Todamérica 78
  • Nisei/Guarujá (1953) Todamérica 5263
  • Apanhei-te cavaquinho/Coringa (1954) Continental 78
  • Jamie/Stranger in paradise (1955) Todamérica 78
  • Dançando com lágrimas nos olhos/Tarde fria (1955) Columbia 78
  • Benfica/Fel (1955) Columbia 78
  • Velha guarda/É ou não romântico (1957) Columbia 78
  • Fiesta/Veneno (1957) Columbia 78
  • Blue acho/Perambulando (1957) Columbia 78
  • Dark moon/Maracangalha (1957) Columbia 78
  • Moonlight fiesta/Moonlight in Rio (1958) Columbia 78
  • Penumbra-Poli e Seu Conjunto (1959) Columbia LP
  • Zíngara/Noite cheia de estrelas (1960) Chantecler 78
  • Lágrimas/Serenata (1960) Chantecler 78
  • Ouvindo-te/Samba caipira (1960) Chantecler 78
  • Vai na roda/Condenado (1960) Sertanejo 78
  • Lamento de boiadeiro/Folias de Santos Reis (1960) Sertanejo 78
  • Ave Maria/Despedida de Mangueira (1961) Chantecler 78
  • Na fronteira do México/La Paloma (1961) Chantecler 78
  • México/Cavaleiros do céu (1961) Chantecler 78
  • Tristeza do Jeca/Gaúcho eu sou (1961) Sertanejo 78
  • Minha casa/Adeus, Maria (1961) Sertanejo 78
  • Estrela de menino pobre (1962) Chantecler 78
  • Castiguei/Fica comigo esta noite (1962) Continental 78
  • Berlim melody/Norman (1962) Continental 78
  • El suco suco/Siboney (1962) Continental 78
  • Quadrilha do tamanduá/Festa na roça (1962) Continental 78
  • A balada do soldado/Quando setembro chegar (1962) Continental 78
  • Jingle bells/Boas festas (1962) Continental 78
  • Mariquilla/Cláudia (1963) Continental 78
  • Jessica/Benfica (1963) Continental 78
  • Sukiyaki/Bonanza (1963) Continental 78
  • Sertão em festa (1970) LP
  • Dois bicudos não se beijam (1995) Continental CD Póstumo

[editar] Composições

Aula de amor (c/ José Caravaggi) • Benfica ( em parceria com Juvenal Fernandes ) • Colibri • Coringa • Dois de junho • Guarujá (c/ Juracy Rago) • Isle of dream • Meteoro • Moonlight fiesta • Moonlight in Rio • Nisei • Quadrilha do tamanduá • Sonho divino (c/ Lupe Ferreira) • Tarde fria • Terra de Anchieta (c/ Ado Benatti) • Turista • Vaidoso • Veneno

[editar] Bibliografia & referências

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982; CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário biográfico da música popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965; MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999. SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999 e VASCONCELOS, Ari. Panorama da música popular brasileira - volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.

[editar] Ligações externas

  • [1] - Dicionário Cravo Albin de MPB

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